O conflito terminou oficialmente em 1950, depois de mais de 20 anos de luta, mas em certo sentido a guerra civil chinesa ainda não acabou.

A razão: China e Taiwan se veem como herdeiras do governo legítimo da China. Ou, para ser mais preciso, de uma China unificada.

Xi Jinping é, oficialmente, presidente da República Popular da China, o gigante asiático que tem capital em Pequim, presidente do Conselho de Segurança da ONU e uma das grandes potências mundiais.

Tsai Ing-wen é presidente da República da China - também conhecida como Taiwan -, considerada uma província renegada por Pequim, mas ainda é reconhecida por vários países da América Latina e Caribe, África, Europa e Oceania.

Pequim exige que os países com os quais mantêm relações diplomáticas os neguem a Taiwan.

Para compreender a situação da China e de Taiwan, é necessário voltar a 1927 e ao início da guerra entre o então Partido Nacionalista Chinês ou Kuomingtang (ao qual Ma Ying-jeou pertencia, presidente de Taiwan até 2016) e o Partido Comunista qual Xi pertence).

Fazia 15 anos desde a abdicação do último imperador e depois de anos de luta - interrompida por uma década por causa da invasão japonesa de 1936 - os comunistas, liderados por Mao, acabaram tomando o controle da maior parte do território.

Isso obrigou o líder nacionalista Chiang Kai-shek a transferir seu governo para a ilha de Taiwan em 1949.

As Nações Unidas e a maioria dos países ocidentais continuaram a considerar Taipei - a capital de Taiwan - como o governo legítimo da China até 1971.

Naquele ano, no entanto, a ONU passou a reconhecer o governo comunista como a autoridade legítima de uma única China.

A política da República Popular da China de forçar uma escolha entre manter relações diplomáticas com Pequim ou "a província renegada" fez com que o status internacional de Taiwan rapidamente se tornasse uma questão complicada.

Após a decisão do Panamá, apenas 20 dos 193 membros da ONU - incluindo 11 nações da América Latina e do Caribe - reconhecem oficialmente o governo de Taipei.

Mas muitos continuam mantendo relações não oficiais. Quando os Estados Unidos finalmente romperam relações diplomáticas com a ilha em 1979, também se comprometeram a defendê-la.